Para medir uma cor, um instrumento de medição de cor emite luz sobre uma amostra, captura a quantidade de luz transmitida ou refletida na faixa de comprimento de onda de 380 a 780 nm e quantifica esse valor na forma de uma medição espectral.
A medição de cor é necessária para especificar, quantificar, comunicar, formular e verificar a qualidade da cor em trabalhos onde ela é um elemento essencial.
Como as cores são percebidas de maneira diferente por cada pessoa, esse tipo de medição é mais precisa do que uma avaliação visual.
O que é um instrumento de medição de cor?
Há dois tipos de instrumentos de medição de cor: colorímetros e espectrofotômetros.
Um colorímetro “enxerga” a cor da mesma maneira que o olho humano, usando três tipos diferentes de receptores de cor, que são utilizados para misturar o vermelho, o verde e o azul para criar a ampla variedade de cores que enxergamos.
Um colorímetro é capaz de determinar a localização de uma cor no espaço de cor ao quantificar os valores triestímulos do vermelho, do verde e do azul (colorimetria).
Um espectrofotômetro oferece uma medição de cor mais precisa ao capturar a cor no espectro visível inteiro e filtrar a luz em faixas muito estreitas de cor.
Essas faixas atravessam o elemento óptico do instrumento e atingem um receptor, onde são analisadas e registradas como a curva de refletância única de uma cor (espectrofotometria).
Embora um densitômetro seja capaz de ler cores de processo, ciano, magenta, amarelo e preto, as quatro cores de impressão no acrônimo CMYK, ele mede a densidade, e não a cor, por isso não é considerado um instrumento de medição de cor.
Que tipos de cores podem ser medidas?
Um instrumento de medição de cor é capaz de capturar e quantificar a cor de praticamente qualquer coisa, inclusive de líquidos, plásticos, papel, metal e tecidos texturizados.
Há tipos diferentes de espectrofotômetros para vários materiais, como por exemplo, um espectrofotômetro de tinta ou espectrofotômetro para pós.
A geometria de medição de cor mais popular é a 0°:45° (pronunciada zero-quarenta e cinco) ou 45°:0°, que exclui o brilho da medição para replicar da maneira mais próxima como o olho humano enxerga a cor.
Um dispositivo 0°:45° é capaz de medir cores na maioria das superfícies planas, foscas e lisas.
Outra geometria comum é a de esfera, capaz de medir a textura de superfícies e incluir o brilho em sua medição.
É ideal para a formulação de receitas de tintas, pigmentos e corantes.
Indústrias que utilizam efeitos especiais, como perolados e metálicos (como aqueles decorativos ou de acabamento em carros, que parecem mudar de cor dependendo do ângulo de visão), devem utilizar um dispositivo de medição de cor multiangular para capturar o aspecto das cores em diferentes ângulos.
Quem utiliza a medição de cores?
Os instrumentos de medição de cor são utilizados em várias indústrias, incluindo a de eletrônicos, bens de consumo, têxtil e vestuário, alimentos, fotografia, tintas, plásticos e até mesmo farmacêutica.
As pessoas donas de marcas e designers utilizam os instrumentos de medição de cor para especificar e comunicar a cor, enquanto as pessoas fabricantes os utilizam para medir uma cor pretendida e compará-la à cor que eles produziram, para garantir que ela esteja correta.
Fabricantes também utilizam os dados espectrais de um instrumento de medição de cor para avaliar a cor das matérias-primas recebidas, formular corantes e tintas e garantir que a cor das peças fabricadas em diferentes localidades seja correspondente entre si, na montagem.
Qual a história da medição de cor?
Começo dos anos 1700: As cores da luz
Isaac Newton usou prismas de vidro para demonstrar que um feixe de luz branca podia ser separado em um espectro visível.
Seus experimentos com a refração e curvatura da trajetória da luz para decompô-la em componentes individuais propiciaram uma maneira significativa de descrever a variedade de cores que enxergamos com o acrônimo ROY G. BIV: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta.
Esse trabalho também permitiu que entendêssemos e definíssemos iluminantes padrão, como a luz do dia (D50 e D65), entre outros.
Anos 1920: Espaços de cor
W. David Wright e John Guild fizeram experimentos para avaliar quanto de energia da luz vermelha, verde ou azul era necessária para enxergar qualquer cor na extensão do espectro visível.
Com o trabalho deles, aprendemos que há uma ligação entre os comprimentos de onda das cores no espetro visível e as cores que o olho humano é capaz de perceber.
A Comissão Internacional de Iluminação (CIE) publicou a pesquisa de Guild e Wright como Espaço de cor RGB 1931, que levou ao Espaço de cor XYZ CIE 1931.
Publicado por volta da mesma época que o Espaço de cor CIE 1931, o diagrama de cromaticidade CIE foi uma tentativa de documentar as cores em uma escala gráfica bidimensional.
Anos 1940: Tolerância da medição de cor
David MacAdam foi o primeiro a investigar quanto uma cor precisa mudar para que um observador padrão perceba.A partir de matrizes de amostra (pretendida), ele alterou a matiz, a saturação e o brilho de uma cor até que os observadores notassem a diferença.
Em seguida, ele traçou um gráfico dos resultados no diagrama de cromaticidade CIE e criou o primeiro diagrama de tolerância.
Ele descobriu que a distribuição dos pontos de correspondência formava uma elipse tridimensional e os elipsoides tinham tamanhos distintos, dependendo da posição da cor no espaço de cor.
Isso comprovou que a matiz e a saturação de uma cor, conhecidas como cromaticidade, são independentes do brilho e formam a base do diagrama de cromaticidade CIE.